Dona de clínica de reabilitação é presa após morte de paciente, em Marechal Deodoro
A prisão ocorre após a repercussão do caso e da abertura de inquérito policial sobre o caso Cláudia Pollyane, morta em circunstâncias controversas em 9 de agosto; internos da instituição relataram uma série de abusos cometidos dentro da instituição

Por Vinícius Rocha
Foi confirmada, nesta sexta-feira (15), a prisão da proprietária da clínica de reabilitação Luz e Vida, localizada em Marechal Deodoro, região metropolitana de Maceió. A medida foi tomada no decorrer das investigações sobre a morte de Cláudia Pollyane, de 41 anos, ocorrida no dia 9 de agosto.
Segundo a delegada Liana Franco, titular do 17º Distrito Policial, a prisão está relacionada ao resgate de uma adolescente de 16 anos, também paciente da clínica, que aconteceu na noite de quinta-feira (14).
A jovem relatou aos policiais que vinha sendo vítima de abusos sexuais cometidos pelo proprietário da clínica, que é casado com a mulher presa. O homem está foragido.
“Após o caso da Cláudia Pollyanne, estamos recebendo muitas denúncias dessa clínica. Uma delas foi o relato dessa adolescente, que contou que vinha sendo abusada pelo dono da clínica”, afirmou a delegada.
A prisão ocorre após a repercussão do caso Cláudia, em que houve abertura de inquérito policial, que apura se houve omissão de socorro, negligência ou até mesmo violência física por parte dos responsáveis pela clínica.
A Polícia Civil já havia reunido os boletins de ocorrência registrados tanto pelo representante da clínica quanto pela família da vítima, e solicitou exames complementares para apurar a real causa da morte.
Internos da clínica relataram, após a morte de Cláudia, uma série de abusos e casos de violência ocorridas dentro da dependência da instituição.
Caso Cláudia
No boletim registrado pela instituição, o representante relata que Cláudia entrou em surto de abstinência, foi medicada, jantou normalmente e foi dormir. Pela manhã, segundo o relato, uma funcionária foi informada por outras internas de que Cláudia não estava bem. A equipe então a teria levado para a UPA da cidade, onde foi constatado o óbito. Ainda segundo o documento, a família teria sido comunicada imediatamente.
Já a versão apresentada pela família diverge. No boletim registrado por parentes da vítima, consta que, ao chegarem à unidade de saúde, foram informados por uma assistente social e por um médico de plantão de que Cláudia já estava morta havia pelo menos quatro horas. A família também denunciou a presença de hematomas pelo corpo da mulher, além de um olho roxo, o que levantou suspeitas de agressão. Eles pediram à polícia a realização de exame toxicológico.
A Polícia Científica, por meio do Instituto Médico Legal (IML), já realizou a necropsia e aguarda o resultado do exame toxicológico complementar. Por enquanto, os detalhes sobre a causa da morte seguem sob sigilo para não prejudicar a investigação. Dependendo dos laudos, o caso pode ser encaminhado para a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Em nota, a Prefeitura de Marechal Deodoro informou que a clínica Luz e Vida está em processo de licenciamento e que uma inspeção será realizada no local para coleta de dados que possam contribuir com o inquérito. A administração municipal confirmou que a morte de Cláudia Pollyane foi registrada na UPA da cidade.
Foto: Reprodução
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