Por redação
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou nesta quarta-feira (27) o decreto que regulamenta a implantação da TV 3.0 no Brasil. A cerimônia, realizada no Palácio do Planalto, contou com a presença do ministro das Comunicações, Juscelino Filho, e de representantes do setor de radiodifusão. A nova tecnologia vai integrar a TV aberta gratuita à internet, prometendo revolucionar a experiência do telespectador com imagem de ultra-alta definição, som imersivo e interatividade.
A transição para o novo padrão, que substituirá o atual sistema ISDB-T pelo ATSC 3.0, acontecerá de forma gradual. As primeiras transmissões em TV 3.0 estão previstas para começar no primeiro semestre de 2026, com a previsão de alcançar todo o território nacional em um prazo de até 15 anos.
O que é a TV 3.0?
Conhecida como "TV do Futuro", a TV 3.0 vai muito além da simples transmissão de programação ao vivo. Ela representa uma convergência completa entre a televisão tradicional e o universo digital. A navegação deixará de ser baseada apenas na sintonia por números e os canais serão organizados como aplicativos na tela, semelhante ao que ocorre nas Smart TVs atuais, embora a opção de sintonizar por número seja mantida.
O que o telespectador pode esperar?
Qualidade de Imagem e Som Superiores: Transmissão em resolução 4K e 8K, com HDR (alta dinâmica de cores) e áudio imersivo. Em eventos esportivos, por exemplo, o espectador poderá personalizar o áudio, escolhendo o áudio da stadium ou de diferentes comentaristas.
Interatividade e Integração: Navegação integrada à internet, permitindo acesso a aplicativos, serviços públicos digitais (como gov.br) e conteúdos sob demanda (séries, jogos e programas) diretamente pela TV.
Sincronismo com Streaming: Possibilidade de sincronizar a programação da TV aberta com serviços de streaming.
Conteúdo Personalizado: Com um login de usuário, será possível customizar a experiência, receber recomendações de conteúdo e publicidade segmentada, baseada no comportamento de consumo.
O que muda na prática?
Além da melhoria técnica evidente, o modelo de negócio também se transforma. As emissoras, que continuarão transmitindo seu sinal aberto e gratuito, poderão oferecer uma grade enriquecida com conteúdos extras sob demanda. Para os anunciantes, a nova tecnologia permitirá uma publicidade mais direcionada e eficiente, graças à capacidade de análise de consumo (com a devida proteção de dados pessoais, conforme previsto em lei).
Foto: Lula Marques/Agência Brasil
