Por: Redação
Representantes do Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público do Trabalho (MPT) e Ministério Público de Alagoas (MP/AL) se reuniram nesta quarta-feira (13) com seis sindicatos que representam trabalhadores do Hospital Veredas, em Maceió. O encontro teve como objetivo discutir a situação da unidade hospitalar, que está sob intervenção judicial desde novembro de 2024, e ouvir as demandas dos profissionais de saúde, que enfrentam atrasos constantes no pagamento de salários.
Durante a reunião, foi revelado que o Estado de Alagoas descumpriu acordo firmado em 1° de agosto, no qual se comprometeu a pagar 50% dos valores devidos aos trabalhadores até o dia 10 de agosto e o restante até o final do mês. Diante do descumprimento, o MPF já oficiou o governo estadual para que efetue os pagamentos em até 48 horas. A medida busca garantir o pagamento dos profissionais, que estão em estado de greve desde julho, com atendimento reduzido a apenas 30% da capacidade.
Os trabalhadores relataram a grave situação financeira que enfrentam, com atrasos que afetam não apenas seus salários, mas também o pagamento de benefícios como pensões alimentícias e FGTS. Os sindicatos presentes - que representam técnicos de enfermagem, enfermeiros, radiologistas, farmacêuticos e outros profissionais - manifestaram preocupação com a falta de um cronograma claro para a quitação dos débitos trabalhistas acumulados.
As entidades presentes foram: Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado de Alagoas (Seesse), Sindicato dos Técnicos em Radiologia e Auxiliares do Estado de Alagoas (Sintraeal), Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem de Alagoas (Sateal), Sindicato dos Farmacêuticos do Estado de Alagoas (Sindfal), Sindicato dos Técnicos, Citotécnicos e Auxiliares de Laboratório de Análises Clínicas e Médicas no Estado de Alagoas (Sintecal) e Sindicato dos Enfermeiros de Alagoas.
Os representantes do Ministério Público apresentaram um balanço das ações realizadas desde o início da intervenção judicial, incluindo auditorias nas contas do hospital, revisão de contratos e acompanhamento rigoroso das movimentações financeiras. A procuradora da República Roberta Bomfim destacou que o objetivo das medidas é garantir tanto o funcionamento adequado do hospital, que atende pacientes do SUS, quanto os direitos dos trabalhadores.
Entre os próximos passos acordados na reunião está a análise da viabilidade de pagamento dos complementos do piso salarial da enfermagem, que já se encontram depositados judicialmente. Também será avaliada a destinação dos recursos estaduais para os mutirões de cirurgias realizados no hospital e a melhor forma de utilizar os ativos da unidade para priorizar o pagamento dos salários atrasados.
A situação do Hospital Veredas continua crítica, com os trabalhadores mantendo a greve e o atendimento reduzido até o próximo dia 30, quando será realizada nova avaliação das medidas.
Os órgãos do Ministério Público se comprometeram a manter reuniões periódicas com os sindicatos para acompanhar a evolução do caso e buscar soluções que garantam os direitos dos profissionais e a manutenção dos serviços de saúde para a população.
Foto: Ascom MPF